Entrevista

A realização de uma entrevista relacionada com terapia assistida por animais mostrou-se essencial e benéfica para o aprofundamento do tema. Considerámos que seria interessante se a mesma fosse realizada a um técnico da área, assim, recorremos à terapeuta ocupacional responsável por esta abordagem na CERCI Oeiras.

Para a realização da entrevista foram elaboradas previamente as seguintes questões:

  • Qual o impacto da terapia assistida por animais na Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (DID)?
  • Alguma vez aconteceu em terapia o efeito ser o oposto daquele esperado?
  • Como atua em casos de fobias?

Entrevistadora: "Bom dia! Iremos então dar inicio à nossa entrevista. Qual é o impacto da terapia assistida com animais na DID (Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental)?" 

Terapeuta: "Bom, então, o cão é um facilitador da relação e da comunicação, portanto, é muito mais fácil a interação com um animal do que propriamente com uma pessoa em si, e é uma relação muito genuína, muito interativa, portanto, é fácil eles terem iniciativa para tocar, para brincar com o animal. Depois o animal não julga, portanto, não está a ver a deficiência. O animal quer a brincadeira, quer a recompensa, quer o toque, quer o afeto. Portanto, a relação de afeto, as emoções, é uma mais valia sem dúvida com esta população. Depois, toda a parte da estimulação multissensorial que o cão proporciona, porque tem pelo, porque tem uma língua molhada, porque tem diferentes texturas no corpo, porque permite a propriocepção, estimular também o sistema vestibular quando passeiam com o cão, etc.. Depois todas as questões da responsabilidade, do cuidar do animal, de como tratar o animal, são só mais-valias a meu ver."

Entrevistadora: "Claro. Alguma vez aconteceu em terapia, o efeito ser o oposto do esperado?"

Terapeuta: "Bom, pode acontecer numa sala, imagine, de dez, poder haver uma pessoa que não reaja tão bem ao cão, mas aí também não tentamos muito a aproximação. Mas na maioria das situações todos eles querem ter contacto com o cão e aproximam-se e etc.. Em casos que nós sabemos que há fobia a cães, portanto, é algo contraindicado para as sessões de Intervenções Assistidas por Animais. Se é algum receio, ou porque o cão pode saltar, ou receio que o cão lamba a mão, etc., portanto evitamos esse tipo de estímulo e tentamos criar outro tipo de atividade, outro tipo de momentos, que realmente possa ter uma interação positiva com o cão, e que não se sinta de alguma forma assustado ou com medo da reação. Claro que depois nestes casos envolve.., é necessário algum tempo para eles começarem a ter confiança. Mas na maioria dos casos, eles gostam imenso e sentem-se logo muito à vontade na abordagem com o cão."

Entrevistadora: "Muito obrigada pela disponibilidade e colaboração!"

2019. Andreia Silva, Andreia Abreu, Cátia Lopes, Mariana Martins e Rita Palma
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